segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Separação


Matéria publicada no jornal Folha de São Paulo, de 21/01/10


ROSELY SAYÃO
[...] AINDA TEMOS MUITO QUE SUPERAR EM BUSCA DE UM FINAL MENOS DOLOROSO PARA CRIANÇAS QUE PASSAM PELO DIVÓRCIO DOS PAIS

A família mudou bastante e as férias escolares são uma excelente oportunidade para obter alguns retratos dessas mudanças. Podemos observar, por exemplo, mães separadas acompanhadas de seus filhos em regiões litorâneas, hotéis fazenda e outros locais propícios ao lazer de crianças mas também ver pais descasados na mesma situação, se bem que em número bem menor.

Isso é um grande avanço para uma sociedade que levou bastante tempo para reconhecer as mudanças dos papéis de mãe e de pai no mundo atual. Entretanto, mesmo com esse avanço, crianças ainda penam depois que seus pais se separam porque nem sempre conseguem conviver com ambos num clima harmonioso e equilibrado.

Vamos convir: é preciso maturidade para se casar, ter filhos e, principalmente, se separar. E muitos casais carecem dessa maturidade quando decidem dissolver a relação que gerou filhos. O problema é que são as crianças as que mais sofrem quando isso ocorre e nem sempre os adultos envolvidos se dão conta do fato.

No fim do ano passado, acompanhamos pela imprensa a triste história do garoto Sean Goldman. Filho de pais separados, ficou no meio de uma disputa jurídica travada pela família materna e o pai por um longo período. Com as dificuldades adicionais de ser filho de pais de nacionalidades diferentes e de ter perdido a mãe, foi privado do convívio familiar pleno e tranquilo pela falta de diálogo entre as partes.

Durante o período em que a disputa legal esteve em curso, muita gente tomou partido: houve quem defendesse a estada do garoto com a família materna e quem alegasse que ficar com o pai seria a melhor saída.

Para mim, nenhuma das soluções mostrava-se satisfatória para o garoto depois de tudo o que aconteceu em sua vida. Na verdade, foi criado um dilema na vida de Sean e, nesses casos, qualquer das soluções que se escolhe resulta insatisfatória.

Os relatos desse drama nos permitiram notar preconceitos que insistem em permanecer em nossos pensamentos. Um deles me chamou a atenção: o pai do garoto foi insistentemente chamado de "pai biológico". Pelo jeito, ainda temos muito que superar em busca de um final menos doloroso e mais sensato para as crianças que passam pelo divórcio dos pais.

Precisamos entender que não há um lado certo e um lado errado, ou um lado melhor e outro pior para as crianças em casos de separação. Em raríssimos casos, a mãe ou o pai não demonstram condições de conviver com o filho e educá-lo.

Fora essas situações, mãe e pai têm o dever de garantir aos filhos a convivência com ambos, o respeito pela figura de ambos e a chance de a criança se relacionar com dois estilos diferentes de amar e de educar. Como na atualidade a possibilidade da separação de um casal já está posta desde o ato do casamento, talvez tenhamos de garantir nesse contrato formal a situação dos filhos no caso da dissolução do casamento. Afinal, eles são frutos de um encontro entre duas pessoas e não podem pagar a conta do desencontro quando ele acontece.

ROSELY SAYÃO é psicóloga e autora de "Como Educar Meu Filho?" (ed. Publifolha)

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Pense bem na hora de votar


echo extraído de matéria publicada no jornal Folha de São Paulo, de 17/01/10

[...] Desde 1995, os tucanos tiveram cinco secretários da Educação (Rose Neubauer, Gabriel Chalita, Maria Lucia Vasconcelos, Maria Helena Guimarães e Paulo Renato Souza).
Atual titular da pasta, o ex-ministro da área Paulo Renato procura justificar os resultados insatisfatórios dizendo que nos anos 90 a preocupação era com a universalização. "Agora é o período do salto de qualidade."
Ele também procura minimizar a resistência do professorado. "Nos períodos da Rose e dos secretários do governador Serra, a preocupação é com o aprendizado do aluno. O que está no centro não é a corporação [dos professores], mas a eficácia do ensino público."
Dados oficiais tabulados pela Folha mostram que entre 2002 e 2006 houve um grande aumento na taxa de reprovação dos alunos na rede pública, especialmente no ensino médio, que foi de 9,3% para 17,8%. Nos últimos anos, houve uma redução, chegando a 16% em 2008.
Romualdo Portela de Oliveira, especialista em políticas educacionais da USP, aponta a falta de continuidade como deficiência da gestão tucana. "Apesar de ser o mesmo partido, cada secretário teve uma agenda própria.", afirma [...]
Comentário da UDEMO:
Não é novidade! Com esta (falta de) política educacional e salarial, o resultado não poderia ser outro!

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

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